sábado, 20 de novembro de 2010

Nostalgia

   Uma amargura invadiu meu peito e está apertando minha garganta. Estou sufocando, não consigo puxar uma gota de ar.
   Ainda não descobriram todos os mistérios do universo, mas sinto todos eles dentro de mim. Um buraco negro invadiu meu peito e engoliu meu coração. Um frio insuportável corre nas minhas veias, tomando o lugar do sangue quente e vermelho.
  Sinto falta do calor que o olhar transmite. É um calor capaz de destruir todas as estrelas! Talvez seja por isso que elas brilham...estão refletindo o calor dos olhares apaixonados. Quem dera se eu pudesse absorver um pouco desse calor...
  Olho todos os dias para o céu durante a noite e vejo minúsculos pontos de luz. São tão pequenos que eu poderia encher minhas mãos com milhares deles. Mas não posso, pois estão longe de mim. E mesmo que estejam impregnados com calor, ainda sinto frio olhando para eles.
  Um buraco negro no meu peito e uma manta branca nos meus olhos. Não posso ver mais nada, pois o universo engoliu todas as cores. Já não posso ver a cor do sangue das flores, que correm em suas veias tão quente e suave.
  A amargura é meu único alimento agora. Junto com a nostalgia, ela preenche o vazio de dentro de mim, me mantendo de pé. De pé, e não viva. Viva já não posso estar, pois morri no dia em que você se foi...
  As estrelas refletem o fogo do amor aqui na Terra, mas não me esquentam mais. Pelo contrário, torna ainda pior o frio que lambe minha carne.
 Nostalgia. Não sei bem explicar o que é, mas sinto todos os dias. Aliás, sempre a achei uma bela palavra, pois combina comigo. Agora, ela é meu alimento. Com o buraco, ela está dentro de mim, me mantendo deitada. Deitada e com frio, que nem as mantas brancas podem aliviar.






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